Depois de abatida a árvore com o
machado ou com a serra de punhos, esta era cortada em toros nas medidas exigidas
pela futura aplicação que teriam.
Para transformação dos toros (a que
chamavam falca) em tábuas ou barrotes, a falca era içada e montada em cima de
uma espécie de cavalete (a que chamavam burra). Iniciava-se então a serragem
com um serrador em pé em cima da falca e o outro no solo. À custa de grande
esforço físico, os 2 serradores faziam uso da grande serra braçal, puxando-a
para cima e para baixo.
Esta profissão artesanal resistiu
até às primeiras décadas do século XX, apesar da existência já de serrações
mecânicas. As dificuldades de transporte dos grandes troncos até essas
serrações, permitiu que se continuasse a fazer a serragem de madeiras junto aos
locais de corte (abate) de árvores.
Nalguns casos, esta longeva
profissão manteve-se até meio de século XX.
Serração braçal -
anos 30 do séc. XX
Serração braçal -
anos 40 do séc. XX
Serração braçal - ano de 1954
Ainda me lembro bem das serras manuais nas serrações e com os "civis". Curiosamente vivi na Vieira em 1956/57 onde fiz o resto da 1ª classe e a 2ª e lembro-me de tantas coisas que nunca tinha visto antes quando morava em Lisboa.
ResponderEliminarPor aqui, a uns 100 km da Vieira de Leiria, esta actividade perdurou até aos anos 60 do século passado. O meu avô foi serrador, cá e inclusive no Brasil. O meu pai herdou e exerceu a profissão, eu herdei e guardo a serra braçal que zelo com muita estima e nostalgia daqueles tempos quando eu era menino e moço.
ResponderEliminar