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Achados após incêndio

            O Pinhal do Rei está limpo!
Com o incêndio de 15 Outubro de 2017 o Pinhal do Rei ficou limpo, talvez como poucas vezes esteve, todavia, morto em vez de vivo e verdejante.
            De facto, a ocorrência deste incêndio trouxe de novo à luz do dia algumas das ruínas de antigas construções que, há décadas, estavam escondidas pela densa vegetação.
Antes assim não fosse!
            A cerca de 400 metros a oeste da Casa de Guarda da Garcia apareceu um poço que não me lembro de alguma vez ter visto.
            No sítio da Mioteira, onde existiram duas casas de guarda, apareceram, a norte da estrada que por ali passa, as ruínas da antiga casa do guarda e seus anexos. A sul da mesma estrada, onde existiu a Casa do Mestre, resta apenas o tanque (já conhecido) que servia a casa, pois do edifício, demolido em Janeiro de 1986, nem os alicerces ficaram.



Ruínas das antigas casas de guarda da Mioteira e seus anexos

            No sítio da Valdimeira, a jusante da fonte que hoje conhecemos como Fonte da Felícia, bem no fundo do vale, junto ao ribeiro, apareceu um marco fontenário que, escondido pela vegetação, por ali estava há décadas. Surpreso com o achado, de início sem saber do que se tratava, só depois de descer a arriba e me aproximar confirmei tratar-se de uma antiga fonte. Trata-se de um marco em cimento onde ainda se pode ver o orifício onde esteve colocada a bica, havendo fortes vestígios (restos) do tubo em ferro.
          Sobre esta fonte não encontrei ainda quem me esclarecesse acerca da sua origem e data de construção. Porém, conforme comentário da investigadora marinhense Deolinda Bonita, embora sem certezas, há a hipótese de, em tempos, “(…) aquando da reconstrução das fontes na Mata pelo então executivo da Junta de Freguesia da Marinha Grande, (…) houve muitas dificuldades na Valdimeira porque as nascentes da Fonte da Felícia tinham-se mudado (desviado). O nosso pedreiro esteve lá vários dias até que conseguiu localizar as nascentes que corriam fundo em direcção ao Ribeiro. Posteriormente, retirou-se uma "carrada" de raízes muito fininhas, tipo aranhas, abriu-se o buraco bastante fundo na encosta, impermeabilizou-se tudo com areia da praia e construiu-se a fonte, diferente da que era. O mesmo aconteceu na Ponte Nova. Sempre que as bicas deixavam de correr, iam-se desentupir, pois o processo era o mesmo e já conhecido. Será que este marco era o primitivo?”.
            Ora aqui fica uma boa pergunta.


A fonte

         Também próximo do Tromelgo, poucos metros a jusante da ponte rodoviária conhecida pelo nome de Ponte das Faias, escondidas pela densa vegetação que no local existia, estavam as ruínas da antiga ponte ferroviária que, naquele local, permitia a passagem, sobre o ribeiro, do ramal para S. Pedro de Moel da antiga linha de caminho-de-ferro florestal da Mata Nacional de Leiria/Pinhal do Rei. Com o incêndio, as ditas ruínas ficaram de novo visíveis.
            Nas cavidades rectangulares, visíveis na parte inferior dos paredões da antiga ponte, estavam embutidas as fortes vigas de madeira que, obliquamente, suportavam o tabuleiro da ponte, também em madeira.
            Por ali passava o célebre Comboio de Lata.

O Comboio de Lata sobre a ponte - Anos de 1940


Ruínas da ponte ferroviária

Em primeiro plano as ruínas da ponte ferroviária e ao fundo a ponte rodoviária

Comentários

  1. Uma pena não se ter preservado o "comboio de lata"....

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  2. A Câmara Municipal vai comprar a locomotiva que se julgava desaparecida...

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