Ao longo dos tempos, particularmente
a partir de finais do século
XIX, têm sido inúmeras as cedências de parcelas de terreno do Pinhal do
Rei para as mais diversas utilizações.
De facto, o desenvolvimento do
concelho da Marinha Grande, nomeadamente as povoações de Vieira de Leiria,
Praia da Vieira e S. Pedro de Moel, cercadas pela grande Mata, levou a que
grandes parcelas de terreno do Pinhal fossem cedidas ao concelho da Marinha
Grande para o imprescindível crescimento destas povoações. Destes terrenos, alguns
foram cedidos para agricultura, outros para urbanização e construção de
habitações e outros, por necessidades cada vez maiores dos povoados, para as
mais diversas utilizações, desde escolas, mercados, parques de campismo,
depósitos de água, uma ETAR (S. Pedro de Moel), etc.
Para além da cedência de terrenos
junto às referidas povoações, a pedido das mais diversas instituições, houve
também algumas parcelas cedidas no interior do próprio Pinhal. Foram disso exemplos
os terrenos cedidos para instalação de captações e depósitos de água, lixeira (deveria
ter sido aterro sanitário), antenas de telecomunicações (telemóveis) e até um
observatório astronómico. Mas houve mais, como foi o caso dos terrenos cedidos
ou autorizações dadas para construção de estruturas desportivas: ciclovias, percursos
pedestres, campos de treino para caça, ou campos de futebol.
E é sobre um campo de futebol o
propósito deste comentário.
Existe na praia da Vieira, no talhão
1 do Pinhal do Rei, à esquerda do “Ramal da Praia”, estrada que liga a Vieira
de Leiria à Praia da Vieira, um campo de futebol abandonado. Não é intenção
dizer aqui algo sobre essa situação de abandono, mas sim apenas elucidar como
aparece no meio do Pinhal um campo de futebol.
Foi no longínquo ano de 1923 que a
direcção do Grupo de Foot-Ball Operário Vieirense apresentou à Direcção Geral
dos Serviços Florestais um pedido para cedência do terreno e autorização para
instalação do seu campo de futebol. O pedido viria a ser aprovado mediante um
protocolo assinado entre as duas entidades. Estabeleceu-se, assim, o arrendamento
do terreno por uma quantia de 15 escudos por ano, construindo-se então o campo
de futebol.
Porém, algum tempo depois, o Grupo
de Foot-Ball Operário Vieirense viria a ser extinto, voltando o terreno à posse
administrativa dos Serviços Florestais.
Ora, em 1934, mantendo-se instalado
o campo de jogos, foi cedido o direito de uso ao Grupo Desportivo da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vieira de Leiria.
A cessão foi feita por decreto-lei
em Setembro de 1934, sendo lavrado o auto em Dezembro de 1944 na Repartição de
Finanças da Marinha Grande.
Actualmente este campo de jogos
encontra-se desactivado. Por isso, conforme pode ler-se no Plano de Gestão
Florestal – Mata Nacional de Leiria, «(…) o campo não se encontra a desempenhar
a função para a qual foi criado, tendo novamente revertido a sua gestão para a
UGF (Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral).
Vista geral do campo
de jogos
Baliza (sul)
Edifício de apoio
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