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Casa de Guarda da Guarda Nova

            A construção das casas de guarda no Pinhal do Rei remonta ao ano de 1790, quando, como medida de segurança e controlo de entradas e saídas do Pinhal, o Ministro da Marinha Martinho de Melo e Castro mandou abrir uma vala com 2 metros de profundidade e 1.5 metros de largura circundando todo o Pinhal e deixando apenas 4 passagens controladas por guardas.
            Por força do Regulamento de 1790 é abandonada a designação de couteiros para quem até aí tinha guardado o Pinhal, passando então a falar-se em guardas florestais e estabelecendo-se que, para melhor controlar essas passagens, estes vivessem junto do Pinhal em casas construídas nesses locais.
            As primeiras 4 casas de guarda foram: Caminhos de Carvide, Cova do Lobo, Pedreanes e Sapinha.
            Com o aumento da população à volta do Pinhal, mais passagens e mais casas de guarda iam sendo criadas.
            A Casa de Guarda da Guarda Nova foi construída em 1839 juntamente com as da Mioteira, Forninho, Serraria, Cabeça da Louçã (F), Lagoa Cova e Facho. Esta casa de guarda encontra-se ainda em bom estado de conservação, devendo-se tal facto à sua proximidade com o grande bairro florestal que em meados do passado século ali foi construído e que, ainda nos dias de hoje, vai mantendo algumas das casas habitadas. Mas, outros factores contribuíram para a conservação desta casa, como sejam, por exemplo, a proximidade com a povoação que à sua volta nasceu e, mais recentemente, a cedência à Associação de Pára-quedistas Pinhal Rei, que ali implantou a sua sede desde Junho de 2005.
            Já por várias vezes aqui mostrei e falei da degradação em que se encontram algumas antigas casas de guarda do Pinhal do Rei, e da oportunidade e benefício que a cedência daquelas que ainda se encontram em razoável estado de conservação traria para a sua própria manutenção e para as instituições que delas pudessem fazer uso. A Casa de Guarda da Guarda Nova é disso um bom exemplo.
            Situada no talhão 253, no início do aceiro P, foi esta casa de guarda que deu o nome à povoação na qual se insere, a Guarda Nova. De facto, em 1843, Francisco Maria Pereira da Silva e Caetano Maria Batalha, na sua "Memória sobre O Pinhal Nacional de Leiria suas Madeiras e Produtos Resinosos", ao referirem-se a esta guarda, e porque ainda não havia o lugar, dizem: “Junto à Marinha Grande, a que chamam Guarda nova”.
            Esta casa de guarda exibe na sua fachada um painel de azulejos com a inscrição “Guarda Nova”. Este painel, de nome “Pinhal”, está datado de 1932, é da autoria João Pereira Correia, artista pintor marinhense, e foi produzido na Empresa de Louça e Azulejo (E. L. A.) em Aveiro.

A Casa de Guarda da Guarda Nova

Painel de azulejos no exterior da casa

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