Para
relembrar um pouco da história da instalação dos pontos de vigia no
Pinhal do Rei temos de recuar até finais do Século XIX, quando Bernardino Barros Gomes
mandou instalar os primeiros Pontos de Vigia. Inicialmente, estes
Pontos eram pequenas barracas de madeira com torres anexas nos sítios mais
altos do Pinhal: Facho,
Ladeira Grande, Crastinha
e também no Edifício da
Resinagem.
O Ponto de Vigia da Boavista |
Nesta reconstrução, estes Pontos
passaram a ser constituídos por altas armações em ferro, em cujo topo, rodeado
por uma varanda, estava o posto de vigia.
Já no Século XX, concretamente a
partir de 1936, os Pontos do Facho e Crastinha foram
reconstruídos em cimento armado, por projecto do Eng.º Mário Amaro Santos Galo,
sendo o Ponto da Ladeira Grande substituído pelo Ponto Novo.
Nesta altura foi também construído o
Ponto dos Outeiros em Vieira de Leiria, que servia não só o Pinhal do Rei mas
também o Pinhal do Pedrógão fazendo a ligação entre estas duas matas vizinhas.
Este antigo Ponto de Vigia está já desactivado e encontra-se actualmente em
terrenos privados.
Mas, em 1885, fora do Pinhal e num
dos pontos altos da Marinha Grande, foi construído o Ponto de Vigia da
Boavista, que substituiu o do Edifício da Resinagem. Constituído por uma torre
semelhante à de um farol, com uma estrutura de alvenaria de forma octogonal e
com acesso ao topo por uma escada interior em caracol, tinha de início cúpula
de madeira sendo, posteriormente, em 1898, feita em pedra. O Ponto da Boavista,
por se encontrar fora da Mata, não só vigiava todo o Pinhal, como recebia e
dava sinais, de e para os outros Pontos, de dia por meio de bandeiras e de
noite com luz. Anexa à torre de vigia, existia uma pequena casa onde viviam os
Guardas que faziam a vigilância.
O espaço do Ponto da Boavista é
actualmente usado pela Liga dos Combatentes.
Por consulta à página na Internet
(site) da Liga dos Combatentes é-nos informado que, nos anos 90 do século
passado, o então Instituto Florestal lhes cedeu o espaço do Ponto da Boavista
para instalação do seu Núcleo da Marinha Grande e que, em 1999, pela então já
Direcção Geral das Florestas, o mesmo espaço foi cedido “graciosamente à Liga
dos Combatentes por períodos renováveis de 6 anos”.
E, na mesma página, é-nos também
dito que, em 2004, “A Liga dos Combatentes adquiriu o imóvel por escritura de
cessão definitiva, conforme averbamento efectuado na Conservatória do Registo
Predial da Marinha Grande, ficando o Núcleo sediado na Rua Ponto da Boavista,
n°. 12 (…)”.
À esquerda o Ponto de
Vigia em finais do Séc. XX, à direita o Ponto de Vigia e o Núcleo da Marinha
Grande da Liga dos Combatentes em 2001.
“M.N. 25-6-1898” –
Inscrição na cúpula.
O Ponto de Vigia e o Núcleo da Marinha Grande da Liga dos Combatentes em
2014.
Coordenadas Geográficas aproximadas:
39° 45' 34.5" N
08° 55' 30.5" W
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