Nas longas temporadas que passava na
sua casa de S. Pedro de Moel, Afonso Lopes Vieira, dada a proximidade do Mar e
do Pinhal do Rei, ali viria a inspirar-se para a escrita de alguns dos seus
poemas.
Aqui fica “O tojo”, poema inspirado
na planta arbustiva espinhosa que, com frequência, cresce no Pinhal do Rei:
O tojo
No mato, assim, de
rojo,
não sabe lisonjear…
É misantropo, o tojo.
Dá flor; sabe florir,
- prova que sabe
amar.
Somente, lá fingir
não sabe, nem mentirpara agradar.
Seus bicos ele
enrista
no matagal marinho?É certo: - e estão à vista.
As almas verdadeiras
não são como as
roseiras:a flor não esconde o espinho.
Lindo tojo silvestre:
fossemos nós assim!
Dás flor, e és rude.
És mestre.
Cresce no meu jardim.
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