Não foi possível conhecer com
suficiente aproximação o início da designação “Pau Real”, atribuída a certas
árvores no Pinhal do Rei.
Porém, já no parágrafo 25 do
Regimento para o Guarda Mor dos Pinhais de Leiria, feito em 1751, se diz:
“Toda a pessoa de qualquer
qualidade, que seja, que for comprehendida em cortar páu de algum dos meus
Pinhaes, pagará pela primeira vez cinco mil reis, e pela segunda dez mil reis;
e sendo porém páo Real capás de servir nas minhas fábricas, pagará pela
primeira vez vinte mil reis, e pela segunda quarenta mil reis, e dous anos de
degredo para Africa, e em todo o caso perderá as alfaias, os Bois, e os carros,
que forem achados no Pinhal carregando madeira; tudo aplicado na forma assima
dita. (…)”.
A avaliar pela foto e pelo
transcrito acima, o “páo Real” era um pinheiro que, pela sua dimensão e alto
fuste, perfeitamente rectilíneo, era capaz de servir nas fábricas reais
(construção naval), nomeadamente para os grandes mastros.
Árvores como a exibida na referida
foto chegaram aos nossos dias com a designação de sementões ou reservas, visto
que, terminada a construção naval em madeira, estas passaram a ter como
principal função assegurar as sementeiras por regeneração natural dos
povoamentos florestais após os cortes e/ou eventualmente servirem para qualquer
peça de extraordinárias dimensões.
Até Outubro de 2017, existiu no
Pinhal uma assinalável quantidade de árvores classificadas como “de interesse público”, muitas delas antigos sementões, que, pela sua altura e alto fuste
rectilíneo, poderiam ser designadas de “Pau Real”. Porém, como se sabe, com
incêndio do dia 15 desse Outubro de 2017, todos desapareceram.
No talhão 274 existiu um dos mais antigos sementões do Pinhal do Rei. Com a sua altura e alto fuste rectilíneo
era um perfeito “Pau Real”. Depois de fortemente atacado pelo incêndio, acabou
por ser cortado, recentemente, quando se limpou o talhão. Ficou no solo um
último vestígio, o cepo.
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